terça-feira, 10 de maio de 2016



As Instâncias de Ser

As instâncias de Ser colapsam-se nas formas que, necessariamente acolhem a consciência de sí e ao adequarem-se à essas perspectivas formais. conduzem à expressão existencial do Ser.
As formas, portanto, preenchem os contornos e os limítes dimensionais na qual as expectativas existenciais encontram as oportunidades de expressão e criativa manifestação.
E são os contornos e os limítes dimensionais, a gênese das instâncias por onde o Ser transita nos movimentos de expressão criativa e manifesta perspectiva existencial.
A perspectiva existencial, por sua vez, entrelaça os contornos e os limítes dentro das formas a constituírem a realidade na qual o Ser enquanto para Sí, projeta as expectativas do Ser enquanto em Sí.
Sendo potência enquanto em Sí, sendo potência de Sí, direciona o Ser para além de Sí a perspectiva de vir a ser, construtora e colapsadora de espaços constituintes de cada momentum dimensional no qual as instâncias conformam suas instalações.
Essa instalação formal escapa dos contornos e dos limítes sensoriais da digressão racional de nossos estados de vigília mental. E nesse escape cabem as inúmeras realidades existenciais que vibram em acordo e sintonia com os respectivos princípios dimensionais, a ondular, a moldar as instâncias nas quais o Ser conforma a consciência de Sí.
A consciência de Sí ao conformar-Se dentro de uma instância dimensional sustêm a perspectiva espacial na qual é expressa a realidade existencial.
Assim, a existência de Ser é condição criativa dos mundos nas quais a realidade molda as perspectivas dimensionais que definem as instâncias de Ser.
O que cabe à cada realidade dimensional independe das fronteiras perceptuais do Ser enquanto para Sí e é justamente essa independência a determinante factual da consciência de Sí.
Essa determinante factual confere ao Ser a onipresença existencial que escapa da consciência de Sí enquanto entrelaçada com as perspectivas vibracionais das conformidades espaciais.
Ao determinar uma perspectiva dimensional a identificação criativa do Ser projeta de Sí o espaço no qual conforma a atualizada expectativa (vir a ser) existencial e nessa projeção a identificação e tão plena e completa que nesse espaço nada além dessa plenitude cabe à consciência de Sí.
Assim sendo, à consciência de Sí é alijada da possibilidade perceptual da onipresença existencial que colore a realidade do Ser enquanto em Sí.
As instâncias de Ser configuram dentro da realidade existencial não apenas o palco onde a consciência de Sí experimenta Seu próprio potencial, mas também configuram a oportunidade única e indispensável de espelhar os conhecimentos do Eu na esfera expansionista da evolução da cosnciência enquanto para Sí.
Os conhecimentos apreendidos fomentam a realidade dentro das perspectivas dimensionais das instâncias de Ser e atualizam os espaços nos quais a expectativa (vir a ser) existencial projeta a consciência de Sí.
Os processos nos quais as experiências do Ser se transformam em informação atestam a ontológica circularidade da expressão cósmica universal, pois que, essa transformação dá-se em função de uma dinâmica na qual a “circulação” das frequências mentais (substância) entrelaçam-se na absorção e digestão (tradução) de cada conteúdo ou experiência dimensional.
Símbolos míticos representam esse processo, como a imagem do “oroboros” a fechar em sí, as possibilidades existenciais referentes à específicas traduções dentro de uma esfera intencional.
Essa circulação imprime a perspectiva cinética que caracteriza a realidade cósmica e é o que configura a permeabilidade de toda a expressão cósmica universal de maneira e modo a garantir a interconectividade de todas as informações criativamente expressadas dentro das instâncias existenciais.
É o movimento o aglutinador e o dispersor de informações. É o movimento o processador das informações que se modificam a todo o instante, dentro de “n” realidades existenciais a um mesmo tempo e momento, escalonando as experiências em conhecimentos que se adequam à existências dentro de específicas perspectivas, imantadas dentro da cada instância de Ser.
A circularidade, portanto, é a gênese temporal, criando momento a momento o colapso espacial onde encontram-se as habilidades cognitivas da mente, devidamente aparelhadas com sistemas codificadores que interpretam cada e toda informação dentro das instâncias de Ser.
Na esfera humana planetária terrena, as prerrogativas cinéticas que configuram as informações disponíveis, hora movimentam-se em circuitos fechados, quando a propiciar a transformação dessas informações em conhecimento e, hora movimentam-se em circuitos abertos, quando a propiciar a interconectividade e a permeabilidade entre todas as experiências realizadas na esfera cósmica universal.
A referida circulação da substância (frequências mentais), dentro desses circuitos existênciais, configura em função do colapso temporal, os ritmos ou pulsos nos quais a informação encontra as oportunidades de digestão e absorção de cada conteúdo disponibilizado em determinada esfera existencial.
É, portanto, a informação com seu ritmo e pulso a determinante a configurar a frequência a caracterizar cada instância dimensional existencial.
A mente com sua mobilidade ondulatória (pensamento), prospecta cosmicamente os espaços nos quais sua prontidão circunstancial encontra ressonância e afinidade existencial.
Essa ressonância e afinidade existencial é traduzida para a decodificação do entendimento e compreensão cognitiva conceptual.
Na cinética perspectiva circular da realidade cósmica universal, a dualidade na qual está configurado esse Universo (espaço), configura sempre sua representação com um aspecto visível e com um aspecto invisível ao olhar tridimensional da instância humana existencial. Dessa forma é compreensível que, em verdade, está a se manifestar a gênese circular da realidade cósmica universal, pois que, ao ondular pelos espaços a substância (pensamento) percorre sua rota integral, abrangendo ambos os aspectos: tanto visível, como invisível, da realidade existencial.
A circularidade participa da concepção ontológica da manifestação cósmica e o entrelaçamento de tudo o que participa da perspectiva de Ser, possui representação simbólica na figura do “oito deitado”, corroborando nessa representação, a expressão dimensional na qual essa informação é acessada.
Portanto, os horizontes de evento nos quais a realidade encontra a oportunidade de manifestação sensível à mente universal, é uma fronteira, uma espécie de “terra sem dono”, entre o vísivel e o invisível. É uma instância do Ser onde toda e qualquer diferenciação encontra-se suspensa pela essência em Sí, encontra-se em expectativa de tudo o que poderá em algum instante, momento (tempo), vir a ser.
Na conjectura dessa realidade aproximam-se da manifestação todas as possibilidades e, afastam-se da manifestação todas as impossibilidades. Essa condição confere a esse horizonte de eventos o contato perceptual da mente universal com a expressão de Ser que transcende as fronteiras frequenciais dos limítes dimensionais da perspectiva física-material.
Na esfera dessa transcendência o único agente perceptual possível de existir é o que concebemos e denominamos de luz. Embora nosso aparato corpóreo nos permita o acesso a uma estreita faixa da perspectiva vibratória da luz, conseguimos auferir realidade existencial de outras faixas de frequência de luz, pelos efeitos incontesteis que promovem em nossa esfera perceptual.
Esses efeitos representam na tradução dimensional capacitação à comoção das prerrogativas racionais das referencias sensoriais da mente individual.
Somente o Ser enquanto para Sí possui as condições de individuação e é esse processo que lhe confere a consciência de Sí, a perspectiva do eu a conferir ciência de Sí, a delimitar fronteiras que caracterizam os espaços que podemos denominar de mente individual.
A mente individual é, portanto, a mais contundente expressão da abstração perceptual do Ser em Sí em Sua criativa manifestação.
Essa criativa manifestação é a responsável pela realidade existencial das instâncias de Ser, no qual a Vida, ou seja, esse infinito entrelaçamento de informações, precipita-Se rumo aos espaços nos quais a mente configura sua realidade.
Essa configuração acontece nos espaços sob a tutela do Ser em Sí e acontece concomitantemente no tempo, sob a tutela do Ser para Sí.
Portanto, o fluxo de Vontade enquanto pulsão de Vida separa em instâncias existenciais perceptiveis à dualidade de Ser em Sí e de Ser para Sí diferencia, descrimina e, por fim unifica a perspectiva dimensional amparada nas instâncias dimensionais de Ser.
O que é Uno e Múltiplo concomitantemente, ampara todas as possibilidades de existência dentro das expectativas das instâncias de Ser.

Lis Maria Camargo