quarta-feira, 21 de março de 2018

Realidade

A realidade é a representação fenomênica da expressão numinosa em sua diversidade, na perspectiva passível de apreensão dos processos de intelecção e compreensão senciente.

Esses processos se referem a uma série de recursos gradualmente adquiridos no transcorrer do caminho evolutivo da Consciência na dimensão existencial de Ser.

A dimensão existencial de Ser Humano, por sua vez, possui graduações que são adquiridas à medida em que “fazer” passa a expressar a representação do Ser na realidade objetiva da existência.

Nesse sentido a real idade existencial de Ser, enquanto representado nas ações que o definem e identificam, moldam o colapso das possíveis experiências em Sua dimensionalidade existencial.

Existem, portanto, ordens de representação e percepção da realidade de Ser.

Essas ordens correspondem à expressão das experiências vividas em “n” condições dimensionais, das possibilidades humanas de Ser e Fazer.

Essas experiências multidimenionais são ondas de potenciais possibilidades nas habilidades da Consciência, na esfera de ser e existir.

Cada parâmetro existencial expressa compreensão em determinadas ordens de representação.

Uma mesma vivência pode encontrar diferentes ordens de representação existencial, em acordo e sintonia com as respectivas realidades dimensionais que é capaz de impressionar.

Diferentes perspectivas existenciais compreendem e acolhem diferentes significados de uma mesma representação dimensional fenomênica.

Diferentes perspectivas dimensionais imprimem diferentes representações fenomênicas existenciais.

As ordens de representação da realidade existencial da condição humana entelaçam-se em perspectivas objetivas e subjetivas, de experiências de ordens dimensionais mais materiais, tanto quanto, de ordens dimensionais menos materiais,conjugando significados em cujo emaranhado dimensional é expressa a complexidade das perspectivas multidimensionais, da percepção e significação da habilidade intelecto racional da condição humana atual.

As perspectivas evolutivas da condição humana implicam em ordens, em cuja totalidade relacional, é transcendida a condição determinista da perspectiva neuro quimica cerebral.

Nessa transcendência são disparados mecanismos na anatomia sútil da condição humana encarnada, que habilitam a Consciência de Ser a experimentar e ancorar vivências pessoais de uma ordem inusitada de realidade.

Ordem essa de difícil e muitas vezes impossível representação, nas perspectivas existenciais da funcionalidade tridimensional.

Apesar da dificuldade ou impossibilidade de repreentação, a significação dessas experiências contribuem para ampliar as perspectivas criativas existenciais e interferem e transformam a realidade tridimensional da condição humana de ser e existir.

Sob essa perspectiva a criatura humana, com essas perspectivas ampliadas, atua em sua realidade de Ser e Fazer, com níveis de Consciência que parecem inexistentes e impossíveis de serem alcançados, por aqueles que ainda não experimentaram essa transcendência.

A dificuldade de representação, definição e descrição dessas vivências por meio da linguagem articulada das palavras, torna essas realidades inacessíveis, à racionalidade intelectual comum da tridimensionalidade operacional.

Em uma sociedade aonde a intelectualidade é entronizada como a única possibilidade fidedigna de compreensão e significação da realidade, toda essa gama de vivencias transcendentais, fica legada ao ostracismo conceitual da possibilidade de Ser e Fazer da condição humana.

Assim, encontra-se aprisionada dentro de palavras e seus respectivos conceitos, a habilidade e a possibilidade de transcendência da humana condição material da realidade de Ser e Fazer, ancoradas nas perspectivas objetivas da realidade física de existir, de grande parte da humanidade atual.

Lis Maria Camargo