sábado, 26 de abril de 2014


Bem aventurados os mansos...

 

A que mansidão somos convidados a abraçar?

Fugir, escapar, burlar e distrair as forças da violência do pensar que, racionalmente açoitam e, oprimem aqueles anseios que ao intelecto pouco ousam se mostrar.

Estamos frente a frente a um novo portal, que excita a esperança de ver os mais íntimos sonhos, na vida mundana se precipitar.

Muitos sentem a proximidade dessa experiência a se materializar e, com a doçura da plenitudede de ser e, da alegria de estar,  finalmente poder comungar.

Como se fossem miragens flutuantes diante do olhar, parecem em alguns momentos, possibilitades tão tangíveis, quase a nos tocar.

E o que falta para que essa doçura possa plenamente se deixar experimentar?

Aproxima-se assim em socorro dessa promissora comunhão, a mansidão que ainda desconhecemos e da qual tão pouco já provamos.

É uma força nova, uma energia alvissareira que estimula a novo pensar, é brilhante e luminosa e com a violência não vem nada disputar.

E a razão acostumada a conjecturar e argumentar, ainda pensa que com a mansidão pode degladiar.

E a mansidão nada decreta, nada impõe, tampouco aprova ou desaprova.

Para o mundo que com o intelecto é explorado, tantas exigências, tantos métodos, tanta disciplina, tanta luta a essa mansidão se contrapõe.

O intelecto que sabe tantas coisas possuir, pouco ou nada entende de confiar, entregar, deixar ir.

As tarefas do intelecto de comparar, analizar, julgar cumprem com os desígneos da condição mental preparar, para que a voz do coração, clara e em bom som poder se fazer escutar.

Por que nesse preparo as pessoais necessidades parecem se apresentar, não deixando a humana condição dele escapar?

Porque enquanto em corpo de carne e osso o Espírito se apresentar, vem a saciedade como instrumento de perfeição, ao corpo se manifestar.

A Mente é uma necessidade do corpo pois que, sem Ela o corpo para o coração, impedindo fica de se preparar.

O acesso a esse novo portal, que é um convite e não uma imposição, para o qual  a mansidão é passaporte, dá-se pelos caminhos do coração.

Sensibilidade, confiança, intuição, amorosidade, fraternidade, perdão, sentimentos nascidos da interação do corpo com a mente, da relação de aprendizado que nasce com a integração dos conteúdos intelectuais, com os apetites e as tendências corporais.

Esse convite, esse portal, se faz presente de maneira pessoal e intransferível no viver de cada um.

Uma vez transposto não se pode por ele voltar e, então cada interêsse pessoal em consonância com a voz do coração deverá ressoar.

E então, a razão  fica em muitos momentos sem nada entender dos apetites e das aptidões que na pessoalidade passam a se manifestar.

Àquele que após transpor esse portal e temporariamente nas dobras da razão, nos questionamentos intelecto-racionais se deixar aprisionar, oferendas  aos Deuses Internos necesitará realizar.

Como oferenda, toda a emoção que com a mansidão não se sintonizar, no altar desses Deuses deverão se incenerar.

Bem aventurados os mansos de Espírito, pois que eles herdarão a Terra!

 

Lis Maria Camargo

26-04-2014

 

 

 

 

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